Template

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Entrevistas

        Nilmar é entrevistado pela Fifa !



Com uma quantidade de informação rasa ou uma observação menos atenta por parte do adversário, corre-se o risco de subestimar Nilmar. Afinal, ele não é seu centroavante típico, nem um ponta tradicional. Também não faz parte da geração de artilheiros veteranos do Brasil, nem integra a nova fornada liderada por Neymar e Lucas. Mas, diante de tanta indefinição, uma coisa é certa: o atacante do Villarreal e da Seleção pode causar danos a seus oponentes das mais variadas formas.
Um simples rótulo não combina com o brasileiro. O que ele quer é liberdade no ataque, para explorar sua combinação rara de velocidade, inteligência, habilidade e destreza para finalização, como os torcedores do Submarino Amarelo podem atestar em sua segunda campanha pelo clube.“No Brasil, e mesmo aqui no Villarreal, vivi essa situação de jogar como um homem de referência. Nesta temporada, podia ter escolhido a camisa 9, mas quis jogar com a 7, até para não ter essa imagem de centroavante”, afirma em entrevista ao FIFA.com. “Hoje o jogo exige mais mobilidade. Se você ficar parado, pode nem tocar na bola.''
                                                    Uma Dupla
Revelado pelo Internacional, Nilmar reencontrou seu nicho, estufou o peito e hoje justifica a aposta do clube em seu talento. Um dos responsáveis por esse alto rendimento é o técnico Juan Carlos Garrido, que mudou drasticamente o modo de a equipe se apresentar. “Está sendo totalmente diferente da primeira temporada que tive na Espanha. O time não estava bem. Foi difícil, e não encaixou. A chegada do treinador favoreceu meu estilo, com mais toque de bola a partir do meio-campo, com atletas de qualidade, e não só jogadas pela lateral”, conta. “Se precisar, jogo até de zagueiro (risos). Mas, não, o treinador sabe como gosto e o time está montado para mim e para o Rossi. Nosso ponto forte é a bola no pé, comigo e com o italiano.”
Aí chegamos ao ponto alto do Villarreal no momento: a letal parceria que o brasileiro vem formando com Giuseppe Rossi, que vive a melhor fase de sua carreira. Essa não é a primeira dupla de sucesso da qual Nilmar faz parte. Como o torcedor do Corinthians, saudoso, pode lembrar. Em 2005, o jogador compôs no clube paulistano um dos últimos grandes ataques do Brasil ao lado de Carlos Tévez, para levar o título do Brasileirão 2005.
Eu procuro me adaptar, seja quem for meu parceiro no ataque. Com o Tévez foi uma parceria que se ajeitou rapidamente, a melhor que tive, em termos de resultado a curto prazo”, diz. “Agora, neste segundo ano, eu e o Rossi estamos bem. Dependemos muito do time também, e agora temos jogadores que fazem a bola chegar, como o Borja Valero. Dá para dizer que nossa dupla está praticamente repetindo a que tive com o Tévez.”
Juntos, Nilmar e Rossi anotaram 26 gols no Campeonato Espanhol e 11 na UEFA europa league. ”Fica fácil jogar com um atleta de qualidade dessas. Ele é canhoto, tem uma técnica fundamental, controla muito bem a bola. Está fazendo uma temporada excelente. É um ótimo cara fora de campo também, e isso é importante, já que a gente se dá muito bem.”
                                     Missão Aceita
Esse entrosamento é essencial para a o Villarreal manter o alto nível na temporada, brigando por um título continental – o próximo rival é o Twente, pelas quartas de final – e pelo posicionamento estratégico na liga nacional, na qual a equipe ocupa a terceira colocação, atrás apenas dos gigantes Barcelona e Real Madrid, faltando nove rodadas. “A princípio, nosso maior objetivo era terminar na zona de classificação para a Champions (entre os quatro primeiros), que faz uma diferença na parte financeira. Hoje estamos empatados com o Valencia em terceiro, com grandes chances de assegurar isso. Aí veio também a Europa League, que agora também virou o objetivo”, diz.
Essa é uma condição que surpreende o brasileiro, devido ao elenco mais modesto do clube espanhol. “Quando temos muitas lesões, precisamos chamar jogadores do time B”, conta. “Pensávamos que íamos sofrer na Europa League. Mas agora temos a chance de brigar por um título desses, que entraria na história do clube. Então prefiro seguir assim, nas duas competições, o que te dá mais ritmo e mais confiança. É melhor do que ficar treinando a semana toda só com uma meta única”, completa. Diante de sua versatilidade, já sabemos que limitações, de fato, não agradam a Nilmar.

                                  Um Outro Nilmar
Restando poucas semanas de ação pela frente, recuperado de uma lesão muscular que o tirou do amistoso da Seleção contra a Escócia, o brasileiro garante ter fôlego para manter o alto nível na temporada e se manter presente nas listas de Mano Menezes, com a Copa América à frente. Ajuda a cabeça. Além da tranquilidade habitual, Nilmar se mostra mais assertivo fora de campo, amparado por uma combinação de fatores, destacando-se o nascimento de sua filha, Helena, hoje com oito meses, a superação de algumas lesões graves e a boa adaptação à vida na Espanha, em sua segunda passagem pela Europa, após ter defendido o Lyon em 2003 e 2004.“Agora estou casado, acabei de ter uma filha. Antes, tive a oportunidade de jogar na França aos 19 anos, quando senti a diferença da língua e da ansiedade de querer jogar a toda a hora, e de não saber que aqui as coisas são diferentes, que não é sempre que um jovem vai a campo”, afirma. “Depois de tanto tempo, de ter ficado fora de campo, tem sido fundamental estar num time com o convívio bom que temos. Nós nos reunimos sempre fora de campo, seja para almoço ou jantar.”
Uma presença marcante nesses encontros é o volante Marcos Senna, hoje praticamente uma instituição no Villarreal, onde está desde 2002. “Brinco que ele mudou a imagem do jogador brasileiro na Europa, por não ter dado problema nenhum nesses nove anos aqui e por ter conquistado muita coisa. Ele me ajudou em tudo aqui, desde a procura por uma casa”, explica o atacante.

                                                   A outra Camisa Amarela
Outro elemento que contribuiu para o crescimento de Nilmar foi a experiência que teve na Copa do Mundo da FIFA África do Sul 2010, incluindo a decepção da derrota para a Holanda nas quartas de final. “Estou com muito mais confiança. Ter participado do Mundial fez com que eu aprendesse muito. Não existe algo que tenha tanto valor para um jogador. Ficam boas lições do que aconteceu”, conta. “Aprendi muito com o Dunga. Ele sempre falava que, para ser lembrado, você tinha de ganhar. Tudo passa muito rápido, e você só fica na história se vencer. Especialmente quando você veste a Amarelinha, com tanto atacante bom que já a usou. Sabíamos que as críticas aconteceriam. Futebol é assim, e a gente tem de encarar as críticas como algo para te fazer melhorar. Procuro encarar assim.”
Nilmar afirma que não teve receio de ficar marcado como “um dos que perderam” a Copa do Mundo da FIFA e está feliz com as novas oportunidades sob o comando de Mano, já tendo participado dos amistosos contra Irã e Ucrânia no ano passado. “Ele me ligou antes de fazer a convocação e perguntou como estava. Tenho 26 anos, mas me considero jovem ainda. Estarei com 29 na próxima Copa, e vou brigar pelo meu lugar, para jogar no meu país e ser campeão.”
Com Mano, o atacante compartilha uma coincidência especial proporcionada pelo esporte. Foi o técnico gaúcho que o levou para o Inter de Porto Alegre aos 15 anos de idade. “Ele era o treinador do time juvenil do Inter, que estava disputando um torneio em Bebedouro (interior de São Paulo). Eu jogava pelo Matsubara. Fiz um bom torneio, mas contra o Inter nós perdemos de 4 a 0 (risos). Quando ele me ligou, até brincou, falando: ‘Eu te contratei até com a goleada, então quer dizer que tenho um olho bom’. Trabalhei com ele por uns seis meses, depois ele subiu de categoria e saiu” relembra. 

                                                               fonte: Fifa.com
                                                                                         postado por : Michele Honorato

Nenhum comentário:

Postar um comentário